Innovate
Public Policies for Training in the North of Mato Grosso/Mt, Brasil
Las
políticas públicas de formación innovadoras en el
norte de Mato Grosso/Mt,
Brasil
Helenice Joviano Roque
de Faria
Universidade de
Brasília (UnB),
Brasil.
Kleber Aparecido da Silva
Universidade de
Brasília (UnB),
Brasil.
Recibido:
15/05/2020
Aceptado:
13/03/2021
DOI: https://doi.org/10.48162/rev.36.015
Resumo.
O artigo discute as inovações propostas nas
políticas públicas formativas implantadas no Brasil,
especialmente, em contexto
norte do estado de Mato Grosso (MT) e analisa as ações
formativas para
professores atuantes na área de Língua Portuguesa.
Defendemos a tese de que, embora
os empreendimentos propositivos de formação tenham
alcance significativo na
atualidade, insta refletir sobre novos modos para atuar junto às
demandas
educativas. Atentos ao mundo contemporâneo e conscientes de que a
solidez se
transforma em liquidez, reconhecemos, que o futuro professor e aqueles
em
atuação devem irromper as barreiras hegemônicas
educacionais, construir sua
identidade com protagonismo e criticidade e intervir nas
práticas situadas de
linguagem. Nesse sentido, o respaldo metodológico fixa nos
estudos
qualitativo-interpretativistas e para tal recortamos do documento que
direciona
a Política Educacional do Estado de Mato Grosso, a
Portaria Normativa n. 17, de 28 de dezembro de 2009, a qual
dispõe sobre o
Programa de Formação Nacional em Rede e a Portaria 46, de
11 de abril de 2016 e
regulamenta o Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência (PIBID –
Língua Portuguesa) e propomos algumas questões: a)
De que forma as
políticas formativas interferem/contribuem para o
desenvolvimento profissional
docente? Pautados na Linguística
Aplicada Crítica construímos
algumas asseverações, dentre elas, que as
ações implementadas – e que se quer
permanentes – demandam maior integração e
investimento público.
Palavras-chave. Formação, Pibid, ProfLetras.
Abstract. The article discusses the
innovations proposed in formative public policies implemented in
Brazil,
especially in the northern context of the state of Mato Grosso (MT) and
analyzes the training actions for teachers working in the Portuguese
Language
area. We defend the thesis that, although the propositional training
undertakings have a significant scope nowadays, it urges reflection on
new ways
to act together with educational demands. Attentive to the contemporary
world
and aware that solidity turns into liquidity, we recognize that the
future
teacher and those in action must break through the hegemonic
educational
barriers, build their identity with protagonism and criticality and
intervene
in situated language practices. In this sense, the methodological
support fixed
in the qualitative-interpretative studies. we extracted from the
document that
orientates the Educational Policy of Mato Grosso State, Normative
Ordinance n.
17, of December 28, 2009, which provides for the National Network
Training
Program and the Ordinance 46, of April 11, 2016 and regulates the
Institutional
Teaching Initiation Scholarship Program (PIBID - Portuguese Language)
and we
propose some questions: a) How do training policies
interfere/contribute to the
professional development of teachers? Based on Critical Applied
Linguistics, we
built some assertions, among them, that the implemented actions - and
that are
intended to be permanent - demand greater integration and public
investment.
Keywords.
Formation, Pibid, ProFletras.
Resumen.
El artigo discute las innovaciones propuestas en las
políticas
públicas formativas implantadas en Brasil, especialmente, en el
contexto norte
del estado de Mato Grosso (MT) y analisa las acciones formativas para
profesores actuantes en el área de Lengua Portuguesa. Defendemos
la tesis de
que, aunque los emprendimientos propositivos de formación tengan
alcance
significativo en la atualidad, insta refletir sobre los nuevos modos
para
actuar junto a las demandas educativas. Atentos al mundo
contemporáneo y, conscientes de que la solidez se transforma en
liquidez, reconocemos
que el futuro profesor es aquel que en actuación debe irrumpir
las barreras
hegemónicas educacionales, construir su identidad con
protagonismo y criticidad
e intervenir en las prácticas situadas de lenguaje. En este
sentido, el
respaldo metodológico fija en los estudios
cualitativo-interpretativistas y
para tal recortamos del documento que direcciona la Política
Educacional del
Estado de Mato Grosso, la Resolución Normativa n. 17, del 28 de
diciembre del
2009, la cual establece sobre el Programa de Formación Nacional
en Red y la
Resolución 46, del 11 de abril del 2016 y regulamenta el
Programa Institucional
de Bolsa de Iniciación a la Docencia (PIBID –
Língua Portuguesa) y proponemos
algunas interrogantes: a) ¿De qué forma las
políticas formativas
interfieren/contribuyen para el desenvolvimento profesional docente?
Pautados
en la Linguística Aplicada Crítica construimos algunas
aserciones, entre ellas,
que las acciones implementadas – y que se quiere permanentes
– demandan mayor
integración e inversión pública.
Palabras
clave. Formación, Pibid, ProfLetras
Neste artigo buscamos compreender as
políticas públicas
formativas empreendidas no Brasil e a construção das
identidades profissionais
docentes representadas no século XXI para o Ensino de
Língua Portuguesa, em
contexto norte de Mato Grosso (MT). A pesquisa coaduna-se com as
pesquisas do
Observatório da Formação Docente-
construção de identidades dos professores que
contribui para a Rede Colaborativa de
Investigação-Formação-Serviço sobre
políticas públicas de formação e o
desenvolvimento docente no Brasil.
Incialmente, refletimos o esforço
governamental brasileiro de
provocar o (re)posicionamento dos profissionais, atuantes tanto na
Formação
Inicial (FI) quanto na Formação Contínua (FC), e a
sua luta por alargar e a
construir abordagens linguísticas, teóricas e
metodológicas que (re)estruturem
o pensamento e as ações educativas dos sujeitos
envolvidos neste continuum.
A seguir, consideramos
que a velocidade dos avanços tecnológicos impostos na
atualidade exigem
desconstruir o simétrico processo formativo, até
então “invariante”, para
flexibilizar as relações de trabalho e a
profissionalização dos(das)
professores(as), e traçar novos designs que gerenciem a
formação humana
com qualidade, igualdade e equidade social, reconhecendo os valores
culturais
como significativos aos atores/atrizes sociais (Morin, 2011).
Nesse horizonte, nosso trabalho alia-se ao processo
formativo
em Língua Portuguesa em que as discussões
problematizadoras e bastante
divulgadas pelo Grupo de Estudos Críticos e Avançados em
Linguagem
(GECAL/UnB/CNPq) e do Grupo de Estudos e Pesquisas em
Linguística Aplicada
(GEPLIAS/UNEMAT/CNPq).
Esses projetos reconhecem os desafios impostos aos
professores/professoras e questionam o papel social desses sujeitos
produzindo
pesquisas sistemáticas que abarcam o campo da
formação docente, reconhendo a
imperiosa necessidade de investimento dos espaços pesquisados.
Portanto, discutir o processo de
formação inicial e contínua
através das políticas públicas oferecidas,
especificamente em contexto norte de
Mato Grosso – Sinop (MT) – reflete o compromisso social
consolidado ao longo
dos anos.
Alertamos também o sentido de que a
qualificação e o
fortalecimento da educação pública requerem
empreendimentos que
contribuam/interfiram na formação da identidade do
profissional em Letras e
instiguem pesquisas sobre as práticas, a ponto de contribuir
para o atendimento
das reais necessidades que se impõem frente às demandas
de ensino em Língua
Portuguesa no espaço estudado.
Na verdade, esperamos que os documentos que regem a
formação
no estado pesquisado, as portarias de Formação Inicial
(PIBID) e Formação
Contínua (ProfLetras), possam indicar uma proposta de
práticas críticas, éticas
e emancipadoras, um dos caminhos para tornar o profissional consciente
e
facilitador no mundo letrado.
Nessa direção, algumas tarefas se
apresentam pertinentes,
dentre elas:
·
problematizar o “saber”
e o “fazer” docente
refletido no papel dos atores e atrizes que, atuantes do locus
de formação inicial e contínua, estabelecem o
diálogo entre a
Educação Básica e a Educação
Superior;
·
verificar se as políticas
públicas formativas implantadas
em Mato Grosso (MT) fomentam a consciência crítica para a
formação humana
ensejada nos documentos que regem a educação brasileira.
Assim, o percurso traçado é
apresentar, sucintamente, os
documentos orientadores que regem a formação do campo
situado, o PEFE (Programa
Pró-Escolas Formação na Escola), as
políticas públicas governamentais; o
Programa de Mestrado Profissional Nacional em Rede, o Programa
Institucional de
Bolsa de Iniciação à Docência
(PIBID/Língua Portuguesa da Universidade do Estado
de Mato Grosso - UNEMAT - Campus de Sinop/MT), pois os
discursos dos
colaboradores de pesquisa serão analisados em outros trabalhos.
Entender
como as enunciações governamentais, tidas como
inovadoras, colaboram para
restituir, aos professores formados, formadores e formandos a
qualificação em
caráter constante e condições para superar os
índices negativos do(s)
letramento(s) no Brasil e considerar de que forma estas
ações propositivas são
colocadas em funcionamento, interferem/desafiam e, principalmente,
(re)colocam
seus colaboradores em reflexividade e colaboram para a
construção docente, o
que constitui nosso desafio.
Na
tentativa de atender os objetivos propostos, apresentamos, inicialmente
as
políticas formativas de maneira ampla e esforçamo-nos em
considerar tais ações em seu
estado de arte.
Especialmente, neste século, veem-se
volumosos trabalhos
científicos de secretarias federais, estaduais e municipais e
Instituições de
Ensino Superior (IES) que concentram, individual e/ou coletivamente,
consensos
ou dissensos que sinalizam articular teoria e prática,
reconhecer e
valorizarizar o espaço/tempo da formação docente
(FD) e seus reflexos causados
em diversos contextos educativos.
Tal fato se deve às pressões
populares, à expansão industrial
e tecnológica e à forte exigência pelo
fortalecimento do capital humano.
Também, a popularização da educação
e a frequente responsabilização dos/das
professores/as na árdua tarefa de formar e instigar a
educação linguística
colocaram os atores e as atrizes sociais no centro das
atenções políticas, o
que alterou os projetos formativos e evidenciou a
formação cidadã, ética e
crítica.
Dessa maneira, o “novo panorama” visa, a
priori,
atender aos novos rumos de (des)aprendizagens tão exigidas e
visualizadas no
mundo contemporâneo. Por isso, os estudos sobre a
Formação Docente são
significativos, desde os meados da década de 1990, em
decorrência das
transformações sociais, da expansão da
Educação Básica, das novas teorias
linguísticas que impactaram a vida dos pesquisadores brasileiros
e desencadeiam
acentuadas investigações sobre a identidade e o trabalho
da classe (Gatti,
2009; Tardif, 2012).
Para além, as avaliações
providas pelas políticas
brasileiras, têm, nos instrumentos que medem a capacidade leitora
e escritora
dos/das alunos/as, a exemplo, a Provinha Brasil, as Olimpíadas
de Língua
Portuguesa, o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM),
“[...] objeto para o
desenvolvimento institucional de sistemas, redes e
organizações de ensino,
políticas e programas educacionais”(Silva e Peres, 2016),
e endossam a criação
de diversas redes formativas, refletindo diretamente nas
práticas dos/das
professores/as.
Estas iniciativas, visam a atender as
exigências de um ensino
de Língua Portuguesa contextualizado, em que a língua
possa ser tratada em seu
uso e os diferentes gêneros, as múltiplas semioses
culturais e as variedades
linguísticas possam ser valorizados, a fim de integrar as novas
tecnologias à
sala de aula.
Em Mato Grosso, a Secretaria de Estado de
Educação, Esporte e
Lazer (SEDUC/MT), desde 1997, estabelece as diretrizes que norteiam a
capacitação e a formação dos/as
professores/as e atribui, aos CEFAPROs, a
elaboração e a construção do espaço
dialógico no interior das unidades
escolares.
Autores como Santos, Silva e Ramos (2013)
apresentam a
SEDUC/CEFAPROs como afiançadores de FC e provedores de
ações coletivas junto
aos diversos órgãos, quais sejam federais, estaduais,
regionais, no sentido de
estimular e garantir a formação contínua aos
profissionais da EB de Mato
Grosso.
Aliada a Marcelo (2009), a SEDUC firma o
compromisso de
entender a escola como “lugar onde surgem e se podem resolver a
maior parte dos
problemas do ensino”. Assim, a Superintendência de
Educação Básica (SUEB),
subordinada à Secretaria Adjunta de Políticas
Educacionais (SAPE), estabeleceu
o CEFAPRO como o órgão formador que executa a
Política Educacional com respaldo
nas Diretrizes Curriculares Nacional e Estadual (Art. 60, do Decreto
nº
807/2017).
Ao regimentar as Coordenadorias de Ensino
Fundamental (CEF) e
de Ensino Médio (EM), o órgão está ligado
ao Núcleo de Elaboração de Conteúdos
da Avaliação da Educação Básica, ao
Núcleo de Educação Integral e ao Núcleo de
Projetos Educativos.
O pressuposto é a educação
docente permanente que elege em
cada unidade escolar um facilitador de formação que,
professor da EB, eleito
por seus pares para o exercício da função de
coordenador, nesta pesquisa
entendido como Mediador Formativo (MF).
Para a consecução do Projeto de
Formação, o MF engaja-se na
perspectiva colaborativa com os CEFAPROs e estabelece, em seu
espaço, as
“amizades críticas”. Dentre tantas atividades, o MF
produz um diagnóstico com
seus pares sobre as dificuldades, os desafios, as realidades e, a
partir de
então, traça planos, metas e organiza uma agenda que
corresponda às 80 horas de
atualização profissional, propostas e exigidas pelo
estado.
Apenas como esclarecimento, o MF é um
professor concursado,
eleito anualmente por seus pares e assume a posição de
auxiliador no/do
processo formativo. Imbuído da função, esse
sujeito busca fortalecer as bases
formativas e criar ambientes colaborativos de debates para si e seus
pares, por
meio de grupos de estudos e acompanhamento do desenvolver
pedagógico escolar.
Não diferentemente, o Professor Formador do
CEFAPRO (PFC)
pertence ao quadro efetivo da EB, aprovado por processo seletivo
elaborado pela
SEDUC/MT para atuar em área específica. Tanto PFC quanto
MF interferem
diretamente em anseios e necessidades locais e, consoante
Imbernón (2010, p.
94), têm a missão de envolver professores num compromisso
de reflexão na ação.
Os professores formadores do CEFAPRO assessoram o
MF no
planejamento e no desenvolvimento da agenda formativa anual, atendendo
o
Projeto de Estudos e Intervenção Pedagógica
(PEIP), documento elaborado e
reformulado anualmente, que regulamenta a formação
contínua.
O “olhar” do MF interfere
significativamente no processo de
formação, tendo em vista que, ao submeter-se às
orientações do estado, e em
busca de atender a si e ao outro, estabelece parcerias com outras
frentes
formativas e envida esforços por estudos pautados pela
dialogicidade.
O que se tem visto é que as parcerias com
diversos segmentos,
principalmente com as Universidades, pluralizam o espaço
formativo,
problematizam o saber e o fazer e desafiam seus participantes a
sistematizar e
visualizar as realidades locais que apontam para o global.
Vivenciamos desafios do processo formativo em
contexto
mato-grossense e observamos o esforço governamental em
equacionar os “fracassos
educacionais” e as estratégias estabelecidas que visam o
fortalecimento da
identidade docente e à preparação do/a aluno/a da
educação de base.
Neste sentido, é importante considerar os
significados das
interações pronunciadas e professadas, mas principalmente
entender que, na
responsividade das ações, há efeitos produzidos
tanto nos futuros iniciantes quanto
nos iniciados no/para o espaço sala de aula.
Por isso, destacamos, políticas
públicas
[1]
como o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação
à Docência (PIBID – Língua
Portuguesa) e o Programa de Mestrado Profissional Nacional em Rede
(ProfLetras)
ambos, em parceria com as universidades brasileiras, executam as
ofertas
formativas.
Tais Políticas Públicas, organizadas
pelo Ministério da
Educação (MEC) e gerenciadas pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES), o PIBID
[2]
e o ProfLetras
[3]
são proposições de estreitamento do diálogo
entre a Universidade e a Educação
Básica.
Uma forma de projetar os/as alunos/alunas bolsistas
pesquisadores/as a desenvolver maior reflexividade em suas
práticas, contribuir
e melhorar os níveis de letramentos no Brasil.
Acreditamos que para atuar no contexto
dinâmico e volátil das
linguagens, os/as professoresas podem ser (re)posicionados para, a
partir dos
conhecimentos construídos na Universidade, conhecer as
realidades locais e
atuar frente às demandas exigidas.
Outrossim, a provocação por aproximar
as instâncias
formativas (Universidade e Educação Básica) visa
elaborar e desenvolver novos
modos de atuação e de ampliação do capital
humano, cultural e social dos
participantes, tendo em vista as constantes
transformações pelas quais passa a
sociedade.
Dada a dimensão do universo temático,
e a fim de conformar um
estado da arte sobre o domínio formativo no Brasil, voltamo-nos
para o estado
de Mato Grosso. Reconhecemos o CEFAPRO como órgão
formador da EB em Mato
Grosso, o PIBID e o ProfLetras como frentes formativas federais, que,
implementadas
recentemente na Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT),
orientam o
aperfeiçoamento dos licenciandos e dos licenciados em Letras nas
redes públicas
e privadas no estado
[4]
.
O CEFAPRO é o órgão
responsável por formar os profissionais
que atuam na Educação Básica em Mato Grosso, o
PIBID oportuniza FI aos alunos
graduandos em Letras, colocando-os em contato com a docência e a
vivência no
espaço escolar, enquanto o ProfLetras é o programa
voltado à formação contínua
dos professores da rede básica, em nível stricto sensu.
O discurso de ampliação do
conhecimento e de construção de
estratégias orientadas que intervenham/solucionem problemas
surgidos no
contexto micro constitui marca subjetiva dos direitos e das garantias
fundamentais de formação, respaldados pela Lei de
Diretrizes e Bases nº
9.394/96, fundamentais a todas as modalidades de ensino, previstas no
Capítulo
IV, Artigo 43, salientando a finalidade da Educação
Superior. Destaco as
finalidades da Educação Superior previstas pela LDB:
I
– estimular a criação cultural e
o
desenvolvimento do espírito científico e do pensamento
reflexivo;
II – formar diplomado nas
diferentes áreas de conhecimento, aptos para
a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da
sociedade brasileira, e colaborar
com sua formação contínua;
III
– incentivar o trabalho de pesquisa e
investigação científica, visando o
desenvolvimento da ciência e tecnologia
e da criação e difusão da cultura. E, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive.
(Brasil,
1996, grifo meu).
Assim, a implementação e a
consolidação do PIBID e do
ProfLetras são garantias do direito universal atrelado à
mobilidade social para
o pleno desenvolvimento da pessoa humana e da
qualificação para o trabalho
docente.
Beneficiamo-nos das palavras de Gimenez (2016) ao
afirmar que
esses programas procuram romper com as noções
centralizadas no individual para
valorizar a coletividade; “reforçam a ideia de que, no
contexto escolar, seria
uma condição essencial para a superação da
preparação divorciada dos problemas
práticos enfrentados no dia a dia das escolas" e a FC
justifica-se como
necessária à profissionalização docente.
A portaria que regulamenta o programa de FI
[5]
,
implementado na UNEMAT/Sinop, desde 2009, e em desenvolvimento
até a presente
data, aponta os seguintes objetivos em seu Art.
4º:
I. Incentivar
a formação de docentes em nível
superior para a educação básica;
II. Contribuir
para a valorização do
magistério;
III. Elevar
a qualidade da formação inicial de
professores nos cursos de licenciatura,
promovendo a
integração entre educação
superior e educação básica;
IV. Inserir
os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de
educação,
proporcionando-lhes oportunidades de
criação e participação em
experiências
metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e
interdisciplinar que busquem a
superação de problemas identificados no
processo de ensino-aprendizagem;
V. Incentivar
escolas públicas de educação básica,
mobilizando seus professores como co-formadores
dos futuros docentes e tornando-as
protagonistas nos processos de formação inicial para o
magistério;
VI. Contribuir
para a articulação entre teoria e prática
necessárias à formação dos docentes,
elevando a qualidade das
ações acadêmicas nos
cursos de
licenciatura;
VII. Contribuir
para que os estudantes de licenciatura se insiram na
cultura escolar do magistério, por
meio da
apropriação e da reflexão sobre instrumentos,
saberes e peculiaridades do
trabalho docente. (Brasil, 2013, 2, grifo meu)
Embora o documento da FI enuncie incentivar a
formação, a
valorização docente, a promoção do
diálogo entre a EB e a universidade, os
professores atuantes assumem a posição de coformadores e
protagonistas de suas
ações, levados à reflexividade dos saberes e
especificidades do trabalho
docente, tanto dos licenciandos como dos licenciados.
D’Agostin e Garcia(2014) alertam que esse
é um espaço marcado
por contradições e pode caracterizar-se como uma teia a
enredar professores
coformadores e professores iniciantes para a função
à qual não estão
preparados.
Para os autores, as articulações da
FI ao ultrapassar o
pragmatismo, a instrumentalidade evita o imediatismo em atender o
cotidiano
escolar “[...] pois, ao mesmo tempo que é uma
possibilidade de reflexão entre a
teoria e a prática para a formação de professores,
evidencia-se mais por seu
caráter pragmático para a formação inicial,
uma vez que está pautado em ações
pontuais e experimentais nas escolas públicas.”
Ressaltamos que os professores não podem ser
tomados como
atores únicos do processo, pois há muitos aspectos a
considerar, como por
exemplo, a desvalorização da profissão, à
falta de incentivo salarial,
condições mínimas para a formação
contínua, dentre outras.
É visível a baixa procura pelos
cursos de licenciaturas, a
não permanência nas Universidades e a desistência
dos/as alunos/as, pois não
compreendem que à formação subjaz o
entrelaçamento contínuo entre FI e FC em
suas nuances, suas profundidades e suas complexidades.
Assim, as chamadas nacionais e as amostras que
elevam o
patamar de importância do profissional docente e de sua
necessária participação
na construção e no desenvolvimento da pessoa humana
também explicitam as
críticas condições de políticas
públicas que atendam a um contingente maior de
futuros profissionais e profissionais em prática,
discrepância entre a
propositiva e a assistida.
Mesmo assim, o PIBID e o ProfLetras não
deixam de sinalizar
os avanços educacionais. Entretanto, salientamos o grande
contingente de
professores sem acesso a um programa stricto sensu e de
universitários à
margem do PIBID.
Para além, a maioria dos discentes pertencem
à classe
trabalhadora e estudam no período noturno. E embora o
número de vagas não
atenda à demanda, a escola de Educação
Básica também não comportaria grande
quantidade de Alunos Bolsistas Pesquisadores.
Nesse sentido, Rocha(2015) pontua que
[...] a
docência tem se revelado uma prática complexa e
movediça que exige de seus
profissionais uma formação contínua associada a
uma prática reflexiva, para
além de um currículo meramente normativo, para estar
à altura das assertivas
requeridas pela realidade da sala de aula. (2015, p. 19)
Nesse caso, o PIBID vislumbra promover os alunos em
fomação
acadêmica e o ProfLetras, qualificar/instrumentalizar e
fortalecer os
professores de Língua Portuguesa - atuantes da EB –
preparando-os para atender
a emergência social do mundo letrado, ecoada como fator
preponderante para o
desenvolvimento do país.
Receiamos a tendência formativa pela
exiguidade de
implementação, mas ressaltamos as
interpretações difundidas no meio acadêmico e
esforço por mapear e entender o aprender docente, em
“Experiências Vivenciais
[6]
”,
suas contribuições e interferências in loco.
El Kadri, Piconi,e Mateus,(2013), autoras que
constroem
pesquisas orientadas pela perspectiva
sócio-histórico-cultural na Universidade
Estadual de Londrina (UEL) e têm como foco a
representação docente, a partir da
visão de uma formadora, mostram que relacionar universidade e
escola, teoria e
prática, formação inicial e contínua
são ações “de um conjunto de
políticas
educacionais neoliberais”; e que, “no âmbito das
políticas públicas recentes”,
como o PIBID é, não deixa de ser um dos modos “para
romper posicionamentos
sociais que operam para a submissão” dos/as atores/atrizes
sociais.
Nessa mesma direção, ao reconhecer
que o sujeito representado
nas práticas educacionais é individual, fragmentado,
monológico, Gaffuri (2013)
apresenta que, ultimamente, os docentes, questionados pelas
transformações
sociais, culturais e econômicas são convidados à
mudança, a partir da
compreensão de si mesmo e do outro.
Para a autora, as contradições,
historicamente construídas,
sobre o papel de quem constrói teorias e o lugar em que tais
teorias são
aplicadas, deslizam-se para a criação e a
valorização de outros nichos nos
quais pode “produzir e sedimentar conhecimentos”.
É Gatti (2014) quem sinaliza como
preocupante, embora
positiva, as tentativas empreendidas pelos órgãos
governamentais brasileiros em
universalizar o atendimento no Ensino Fundamental (EF), o que acontece
apenas
no final dos anos noventa. Para a autora, as condições de
aprendizagem na
escola
[...] têm
resistido há um século na conservação de
uma estrutura curricular e institucional
funcionando à margem dos movimentos socioculturais e
históricos na atualidade,
que evidenciam profundas mudanças na sociedade. [...] Essas
mudanças exigem, na
formação de professores, mudanças radicais.
Mudanças que permitam aos
licenciandos inteirar-se mais profundamente de questões
educacionais, de
didática e metodologias associadas aos conteúdos, dos
aspectos de
desenvolvimento cognitivo e social dos alunos que adentram a escola
básica e
suas motivações, questões relativas à
escola e às redes de ensino, dentre
outros aspectos. (2014, p. 11-12).
Nesse caminho, o caráter inovador do PIBID e
o engajamento
das instâncias formativas (Universidade e Educação
Básica) clamam por mudanças,
principalmente no que se refere à desvalorização
do papel social docente, à
superação dos entraves que permeiam as instâncias
formativas e à elevação dos
níveis de letramentos dos estudantes brasileiros, assunto
já apontado e
debatido exaustivamente por pesquisadores brasileiros.
Todavia, a proposta de inserir o graduando na
cultura escolar
para observar e considerar as mudanças dos paradigmas
educacionais, e se
preparar para intervir nas práticas situadas, deveria ser um
exercício
sistemático tanto da universidade quanto da escola.
Sem dúvida, as reais práticas
assistidas cotidianamente no
Chão Formativo, fortalecem e sedimentam o design da
formação. Nos
dizeres de Freire (2009), sem o entrelaçar da EB e da
Universidade não existe
possibilidade de mudança, “pois a educação
por si só é nada”.
Nessa arena formativa, as mazelas, as rupturas, as
abstrações
e as (des) ilusões, nutridas ao longo dos anos exigem
(re)traçar os rumos da
educação linguística
[7]
sobre os pilares da consciência, do diálogo, da
ética e da criticidade tão bem
referenciados nos objetivos do PIBID.
Acreditamos que o entrelaçar dessas
forças, centradas nas
experiências vivenciais interativas e dinâmicas, fortalece
o espaço sala de
aula e valida as proposições das políticas
públicas.
Desta forma, visualizamos o PIBID como eixo de um
projeto em
desenvolvimento nacional, conforme Saviani (2009) e, em
concordância com o
dispositivo legal, reconhecemos que as ações se revestem
de condições
significativas para a educação de base.
Vale dizer que, na consecução dos
propósitos formativos, há
dissensos entre pesquisadores, mas há um ponto de
concordância: no presente
século, intensifica-se a cobrança por coerência
entre o discurso e as práticas
e busca-se solucionar os problemas da educação que se
arrastam e (res)surgem
na história da humanidade, dado o caráter complexo,
singular e heterogêneo das
relações humanas.
E, embora a dialogicidade seja a aliada que se
exibe com
proficuidade, denuncia-se o quanto problematizar os saberes docentes
ainda é
necessidade. Essa é uma provocação que se espera
para a consciência crítica,
emancipadora, humanizadora dos/as atores/atrizes sociais, base para uma
nova
cultura educacional, evocada pelo prisma dos sentidos éticos e
coletivos, os
quais são exigidos nos processos sociais de linguagem.
Assim como apontamos, o PIBID como política
pública que
assinala mudanças ao provocar/instigar a identidade docente,
não me furto a
reconhecer que o ProfLetras, emergente no quesito formativo, é
também o
desdobramento das políticas governamentais e tem, como foco
centralizador, o
realinhamento do “aprender a aprender” igualmente, “a
construção da identidade
docente” e “o ressignificar do fazer” numa
relação dialética.
Visa-se a “um profissional que tenha
condições de
confrontar-se com problemas complexos e variados, estando capacitado
para
construir soluções em sua ação, mobilizando
seus recursos cognitivos e
afetivos” (Gatti, 2010). Nesse sentido, as tensões na
arena formativa
instauram-se porque ora dialogam, ora ressignificam, pois, sem o
reconhecimento
do profissional como sujeito que apreende conhecimentos, qualquer
ação que vise
estabelecer um novo pensamento social e (re)formular o paradigma
educacional
vigora.
Morin adverte: “O conhecimento do
conhecimento, que comporta
a integração do conhecedor em seu conhecimento, apresenta
para a educação como
princípio e uma necessidade permanentes” (2011, p. 29).
Por isso, reafirmamos a
formação docente enquanto continuum que permite
problematizar o saber e
fortalecer as relações humanas. É relevante dizer
que alargar a visão sobre o
social é formular interrogações fundamentais sobre
o mundo, e o que se produz
para o mundo, além de reconhecer que o enfrentamento das
incertezas impõe
constante revisão das teorias, das ideias e das práticas
acessíveis e
orientadas à formação humana. Na atual
condição educacional, irrigar o
pensamento para atender as demandas multidisciplinares na
contemporaneidade,
dependerá da relação que se estabelece com o mundo
e o conhecimento que se
formula sobre ele, pois
O
conhecimento do mundo como mundo é necessidade ao mesmo tempo
intelectual e
vital. É o problema universal de todo cidadão do novo
milênio: como ter acesso
às informações sobre o mundo e como ter a
possibilidade de articulá-las e
organizá-las? Como perceber e conceber o contexto, o global (a
relação
todo/partes), o multidimensional, o complexo? Para articular e
organizar os
conhecimentos e assim reconhecer e conhecer os problemas do mundo,
é necessário
a reforma do pensamento. Entretanto, esta reforma é
paradigmática, e não
programática: é a questão fundamental da
educação, já que se refere à nossa
aptidão para organizar o conhecimento. (Morin, 2011, p. 33)
Se a reforma do pensamento é a
direção para a mudança do
paradigma educacional, as ações propostas e
implementadas, pelo governo
brasileiro, acenam para tais mudanças. Ao partir do global para
o local, e
considerar o panorama formativo brasileiro, o governo investe na
qualificação e
na instrumentalização dos professores, graduados em
Letras, atuantes no Ensino
Fundamental, especificamente, no âmbito do 5º ao 9º ano.
É pertinente lembrar que a
proposição não busca simplesmente
interferir no conhecimento pedagógico, científico e
cultural, mas, ao articular
os saberes vivenciais e ampliar os conhecimentos acadêmicos, por
meio da
readequação às necessidades
científico-tecnológicas aplicadas à sala de aula,
transcende a mera expectativa de atualização profissional
aos professores.
Decerto, os baixos índices de letramentos
dos alunos
brasileiros, os embates constantes sobre o currículo das
Universidades nas
licenciaturas, as incertezas e as dúvidas, que emergem no/do
espaço escolar,
constituem aspectos substanciais e motivadores da proposta que tem,
como
requisito natural a todas as profissões,
reatualização e revitalização para
atuar junto às mudanças científicas e
tecnológicas.
Por conseguinte, as pressões de diversos
segmentos sociais,
ao questionar e exigir esclarecimento sobre a ineficiência dos
alunos no que se
refere aos letramentos, fortalecem a ideia de que a imersão
investigativa traz
à tona carência de profissionais qualificados stricto
sensu, o que
corrobora a elaboração de estratégias que atentem
para as indagações e os
anseios empreendidos pela nação, via pesquisas
científicas.
Nesse contexto, é que o ProfLetras surge:
reintegrar a
universidade e a escola e promover uma estrutura que
“aclope” formador e
professores-discentes e em ações intercambiáveis
que reajam às situações de
linguagem em âmbito nacional.
A Portaria Normativa nº
17, de 28 de dezembro de 2009
[8]
, em seu artigo 4º, alude aos
seguintes objetivos:
I. Capacitar
profissionais
qualificados para o exercício da prática profissional
avançada e transformadora
de procedimentos, visando atender demandas sociais, organizacionais ou
profissionais e do mercado de trabalho;
II. Transferir
conhecimento para
a sociedade, atendendo demandas específicas e de arranjos
produtivos com vistas
ao desenvolvimento nacional, regional ou local;
III. Promover a
articulação
integrada da formação profissional com entidades
demandantes de naturezas
diversas, visando melhorar a eficácia e a eficiência das
organizações públicas
e privadas por meio da solução de problemas e
geração e aplicação de processos
de inovação apropriados;
IV. Contribuir para
agregar
competitividade e aumentar a produtividade em empresas,
organizações públicas e
privadas. (Brasil, 2009, p. 2, grifo meu).
A materialidade discursiva aponta a
qualificação de
profissionais versada numa prática transformadora, o atendimento
às demandas
locais, a promoção e a articulação com
entidades demandantes de natureza
diversa; e o incentivo à competitividade e à
produtividade revela a preocupação
com a situação formativa no país e implanta
caminhos para que os sentidos sejam
interrogados.
Das interrogações: “Entre o
discurso professado e o discurso
praticado, os desafios postos pelo ProfLetras podem ser aferidos na
prática dos
atuantes da Educação Básica?” Se o
século XXI desafia os/as professores/as aos
multiletramentos, que conhecimentos se exigem para o espaço sala
de aula?
Abrucio (2016) enfatiza que as ações
públicas formativas, na
perspectiva processual, quando visam à qualidade e à
equidade e investem no
capital humano, havendo condições de gerar insumos, de
monitorar e de avaliar,
e de o sistema ser gerido de forma a valorizar a
participação social, redundam
numa amostra qualitativa processual e em bons resultados.
Santos (2016), ao traçar o perfil dos
alunos-professores,
ingressantes da primeira turma do ProfLetras (unidade de Sinop/MT),
refletem
sobre as concepções de língua, linguagem,
alfabetização e letramento(s) -
conceitos fundamentais que interferem nas práticas
diárias do profissional de
Letras -, e reconhecem que as condições dadas à
formação contínua e variantes
(como a geográfica), a falta de apoio dos órgãos
governamentais em atender as
solicitações dos professores para
qualificação e as questões sociais e
financeiras (como a falta de fomento e de bolsas, para o grupo de
profissionais
que se propõe a qualificar) se mostram como entraves para o
sucesso do
programa.
Na investigação sobre de que maneira
os fomentos PIBID,
ProfLetras e CEFAPRO/MT dialogam e contribuem na/para a
construção da formação
permanente do profissional docente no cenário educacional
básico
mato-grossense, Roque de Faria (2014) reconhece que, de certa forma,
há, por
parte dos órgãos governamentais, interesse por garantir a
FI e a FC.
Entrementes, as autoras afirmam que, devido aos resultados
insatisfatórios nas
licenciaturas, cumpre ainda “instigar e integrar os docentes, em
pré-serviço e
em serviço, a participarem das construções
políticas de ensino voltadas às
realidades locais”, e a se reconhecerem como partícipes
deste processo.
Se o governo procura suprir a lacuna estabelecida
entre
Universidade e Escola Básica, apontadas em diversos estudos
críticos, o
ProfLetras sinaliza para o avanço esperado e desejado junto
às demandas
sociais, especialmente a formação no estado pesquisado.
Apontamos, com vários pesquisadores, que as
políticas
públicas, tanto estadual quanto federal, intervém,
exponencialmente, na vida
acadêmica, embora afetada por vários dilemas, como por
exemplo, a insegurança
de sua permanência.
Salientamos a importância de incentivar, de
valorizar e de
mobilizar meios teórico-metodológicos e práticos
que despertem o interesse dos
acadêmicos-bolsistas pela docência e, concomitantemente, de
prover ao professor
coformador condições para olhar além das
desafiantes circunstâncias que
envolvem o mundo letrado e para edificar suas práticas na
transformação de si
mesmo e do mundo que o cerca.
Observamos que a visão do professor
formador, em contato com o
ABPs e diretamente ligado à EB é redimensionada e
desconstrói o equívoco de que
a Universidade é o único local para
aquisição do background acadêmico e,
a partir daí, dissemina a consciência da identidade
docente como processo
(des)contínuo, (des)construído e de (des)aprendizagem.
Para nós, não há nesses
encadeamentos evidências concretas e
garantia de que a execução do PIBID, por si só,
garanta melhorias e incentivo
de formação. Mas, no conjunto das ações,
embora “frouxas”, (des)contruir o
discurso é um princípio, quem sabe, seminal para
reflexividade. Quanto ao
PROFLETRAS, entendemos que a tensão do “saber” e do
“fazer” traz aos formadores
e formandos um espaço de escuta, de apropriação de
conhecimentos que se
constrói na relação dialética entre a
Educação Básica e a Educação
Superior. Pela
leitura dos documentos orientadores, o discurso de
formação indica que o
professor de LP deve perseguir o caminho de atualização
permanente,
fortalecer-se para as questões técnico-científicas
e causar o desenvolvimento
local, regional e nacional. Tal fazer confere aos professores seja em
formação
e/ou em atuação a apropriação e a
aplicação de um cabedal de conhecimentos e os
leva ao rigor científico-metodológico, tornando-se
pesquisadores de suas
práticas.
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processo de construção e execução do PEIP
no ANEXO I e o cronograma de estudos
e intervenção pedagógica estabelecido pela
Portaria nº 161/2016/GS/SEDUC/MT.
DO, MT. 23 set. 2016.
Mato Grosso, Secretaria de Estado de Educação Esporte e Lazer. Portaria nº 161, de 14 de abril de 2016. Institui o Projeto de Estudos e Intervenção Pedagógica (PEIP), o Projeto de Formação Contínua dos Profissionais Técnicos e Apoio Administrativos Educacionais (PROFTAAE) e cria o Núcleo de Desenvolvimento Profissional na Escola (NDPE) e dá outras orientações. GS/SEDUC/MT. Mato Grosso/IOMAT, n. 26758, p. 1-19, 14 abr. 2016.
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Tardif, M. (2012).Saberes
docentes e formação profissional. Vozes.
[1]
Referimos às políticas públicas
atentos às questões que orientam a
formação para a educação
linguística, especificamente a regulação e as
implicações no processo de construção da
identidade do profissional em Letras
no estado de Mato Grosso.
[2]
Conforme a Portaria 046, de 11 de abril de 2016, o PIBID
tem sua
base legal na Lei nº 9.394/1996, na Lei nº 12.796/2013 e no
Decreto nº
7.219/2010 e objetiva fomentar a iniciação à
docência, contribuir para o
aperfeiçoamento da formação de docentes em
nível superior e melhorar a
qualidade da educação básica pública
brasileira. O texto pode ser acessado na
íntegra em: www.capes.gov.br.
[3]
Consoante a Portaria Normativa nº 17, de 28 de
dezembro de 2009, o
ProfLetras também se respalda na Lei nº 9.394/1996,
objetiva capacitar
profissionais qualificados e atender as demandas específicas,
visando ao
desenvolvimento nacional, regional ou local. Pode-se acessar o texto na
íntegra
em: www.capes.gov.br.
[4]
Mato Grosso (MT) é um dos maiores produtores de
grãos do mundo, logo
um estado de grande potencial econômico, financeiro, social e
humano.
Entretanto, se se considera sua extensão territorial, há
poucas frentes
formativas em nível stricto sensu na área de Letras e
Linguística, fator que
contribui para o conformismo e a estagnação formativa e
centraliza os esforços
dos CEFAPROs no processo de formação contínua dos
atuantes da EB. Desta forma,
reduzem-se as possibilidades de qualificação daqueles que
ensinam Língua
Portuguesa e suas literaturas.
[5]
Este documento pode ser acessado integralmente em
CAPES.PIBID.
Disponível em: http://www.capes.gov.br/educação-basica/capespibid.
[6]
Adotamos o termo “Experiências
Vivenciais” inspirada em Tardif (2009)
e Imbernón (2011). Evidencio que o(a) aluno(a) bolsista PIBID
inserido/a na
Educação Básica vivencia experiências de
aprendizagens permeadas por mudanças e
incertezas. Em gestos dialógicos, reflete a teoria em
ação, rompe com as linhas
de ensino que centralizam, transmitem, individualizam e aguçam
seu olhar de
pesquisador sobre o espaço situado com criticidade Rojo (2009,
2012),
pluralidade e qualidade docente Contreras (2012), constituindo-se voz
ao
assumir a posição de sujeito social questionador das
teorias apreendidas, a
ponto de relacioná-las/confrontá-las às
práticas de ensino que ele/ela assiste.
[7]
Apoiamos em Motta-Roth e Marcuzzo (2008) quando
utilizamos o termo
“educação linguística”, tendo em vista
que abarca a formação sistemática
(escolar) e assistemática (engloba os diversos aspectos de
formação, como a
mídia, o trabalho, a família, os grupos sociais, etc. e
passa a exigir atitudes/habilidades
dos atores e das atrizes sociais ao lidar com as múltiplas
formas de
letramentos em contexto situado).
[8]
Analisamos neste trabalho a Portaria nº 17, de 28
de dezembro de
2009, a qual dispõe sobre o Mestrado Profissional como um todo,
embora o
reconhecimento do Profletras se dá pela portaria de nº
1.009, 10 de outubro de
2013.