Dosier
Diálogos entre Brasil y Argentina: Suplemento Literário do Minas Gerais; Nuestra América/Nossa América y Margens/Márgenes
Dialogues between Brasil and Argentina: Suplemento Literário do Minas Gerais; Nuestra América/Nossa América and Margens/Márgenes
Diálogos entre Brasil y Argentina: Suplemento Literário do Minas Gerais; Nuestra América/Nossa América y Margens/Márgenes
Cuadernos del CILHA, vol. 19, núm. 2, pp. 27-42, 2018
Universidad Nacional de Cuyo
Recepción: 30 Julio 2018
Aprobación: 01 Agosto 2018
Resumen: Este trabajo tiene como objetivo estudiar los diálogos críticos, literarios y culturales entre Brasil y Argentina en publicaciones periódicas. Con relación al Suplemento Literário do Minas Gerais, dirigí el análisis hacia la literatura considerando la crítica divulgada en reseñas, ensayos y panoramas sobre la literatura latinoamericana, en el período comprendido entre 1967 y 1985. De la revista Nuestra América/Nossa América, cuya aparición se produjo en 1989, elegí textos que exponen las relaciones entre la literatura, la dictadura y el exilio. En la revista Margens/Márgenes, examino ensayos de investigadores brasileños y argentinos, en el período comprendido entre 2002 y 2007. Las tres publicaciones comentadas apuntan a diferentes momentos históricos de interlocución de Brasil con América Latina, y, de forma específica, con Argentina.
Palabras clave: Periódicos, Crítica, Diálogo, Brasil, Argentina.
Abstract: This study aims to analyze the critical, literary and cultural dialogue between Brazil and Argentina in journals. Concerning Suplemento Literário do Minas Gerais, I focused on Argentine literature through criticism in reviews, essays and prospects on Latin American literature, between 1967 and 1985. In Nuestra América/Nossa América, whose appearance was in 1989, I assayed the Argentine writers presence in texts that expose the relationship between literature, dictatorship and exile. In Margens/Márgenes, I examined Brazilian and Argentine researchers' essays from 2002 to 2007. The three publications show different historical moments of Brazil's interaction with Latin America, and, specifically, with Argentina.
Keywords: Journals, Criticism, Dialogue, Brazil, Argentina.
Este trabalho tem como objetivo geral estudar os diálogos entre o Brasil e a Argentina, com base na crítica literária, apresentada em ensaios, em resenhas, em entrevistas divulgados no Suplemento Literário do Minas Gerais e nas revistas Nuestra América/Nossa América e Margens/Márgenes. A ideia do estudo está associada a percursos anteriores cujo foco central foi a interlocução do Brasil com a América Latina.[1] Da “Apresentação” do Suplemento Literário do Minas Gerais- que inicialmente saiu publicado como encarte de o Diário Oficial do Estado de Minas Gerais – destaco o seguinte trecho:
Nessa ordem de ideias, o “Suplemento Literário” vai inserir não só poesía, ensaio e ficção em prosa, mas também a crítica literaria, a de artes plásticas, a de música. Sem negligenciarmos os aspetos universais da cultura, queremos imprimir a estas colunas feição predominantemente mineira, assim no estilo de julgar e escrever como na escolha da materia publicável. A fidelidade à Província nos termos que a situamos, até conjura o perigo do provincianismo (Suplemento Literário, 1966: 1).
Como lidar com matérias tão diversas em um ensaio? Sob o ponto de vista metodológico, para o estudo da interlocução entre o Brasil e a Argentina, os textos, a serem comentados, estão relacionados a determinados períodos históricos e político-culturais: entre 1966 e 1985, datas relativas à criação do suplemento mineiro, dois anos depois do golpe militar de 1964 no Brasil e à redemocratização do país; o pós-exílio e a retomada da discussão sobre a integração latino-americana, o que ocorre com a criação do “Memorial da América Latina” e a publicação de Nuestra América/Nossa América, em 1989. Um novo quadro de integração, pensado de forma bilateral por instituições universitárias do Brasil e da Argentina, pode ser constatado na revista Margens/Márgenes.
A articulação entre os periódicos, sob o ponto de vista histórico, será mostrada a partir de textos que fazem conexões entre eles. O desenrolar da crítica literária nas três publicações permite visualizar algumas de suas tendências no Brasil, bem como revisitar questões teóricas.
Em relação ao Suplemento literário, entre 1970 e 1976, a presença argentina na publicação mineira pode ser acompanhada em panoramas mais gerais sobre a literatura na América Latina; por meio de textos de escritores e críticos argentinos como Luis Harss; Héctor Libertella e Noé Jitrick; de artigos críticos argentinos sobre autores brasileiros como aquele de Santiago Kovadloff que escreveu “O homem na poesia de Carlos Drummond de Andrade”; por meio de resenhas escritas por estudiosos e escritores brasileiros sobre autores argentinos como Ernesto Sábato;[2] Leopoldo Marechal,[3] Manuel Puig,[4] Julio Cortázar[5] e, ainda, ensaios de autores brasileiros e de outras nacionalidades sobre autores argentinos como aqueles dedicados a Borges (Nelly Novaes Coelho, Emir Rodríguez Monegal e Guilhermino César da Silva).
No que se reporta aos textos panorâmicos sobre a literatura na América Latina, neles incluídos autores argentinos, assinalo a resenha do escritor Duílio Gomes, realizada com base no livro O espaço reconquistado, escrito sobre o romance contemporâneo dos anos 70, da professora e ensaísta Bella Jozef. O resenhista assinalava o destaque que era concedido a autores e textos que apresentavam uma “consciencia crítica universal” (Gomes, 1974: 11). Entre eles estavam mencionados Julio Cortázar, Bioy Casares; Alejo Carpenier, Mario Vargas Llosa e Manuel Puig. Na direção do panorama mais geral de forma comparativa, assinale-se o artigo “O romance brasileiro e o ibero-americano na atualidade” (1973), escrito também por Bella Jozef. Neste texto, a professora destacava a superação do regionalismo; salientava o regionalismo universal e a fusão do local e do universal, como se pode ler em Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Ao tratar do “drama da incerteza” que domina o homem, citava “Las babas del diablo” – conto do livro Las armas secretas (1959), de Julio Cortázar, que inspirou o filme Blow up, de Antonioni. Sob a perspectiva do “realismo mágico”, Terezinha Pereira, poeta, escritora e professora, com especialidade na obra de Julio Cortázar, tratava de obras de autores latino-americanos, incluindo Borges e Cortázar em três ensaios publicados no Suplemento. Em “A ficção latino-americana e o realismo mágico I”, a ensaísta destacava que:
Um dos mais notáveis aspectos da ficção latino-americana é a sua perspectiva universal, a saída de suas fronteiras geográficas e sociais. Mais que a publicidade comercial e as traduções, foi o interesse universal de seus temas e de suas técnicas que deu lugar na literatura mundial a nomes como os de Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, Ernesto Sábato, Eduardo Mallea, Silvina Ocampo e Bioy Casares – da Argentina […] (Pereira, 1971: 11).
Além dos aspectos escriturais assinalados nos textos críticos em que estão mencionados autores argentinos como Jorge Luis Borges e Julio Cortázar chamam – nos a atenção os termos humanidade, universalidade e o conceito de realismo mágico, pois eles são revisitados em outros textos críticos das revistas Nuestra América/Nossa América e Margens/Márgenes.
A viagem de Julio Cortázar a Minas é um acontecimento da maior importancia. Está relatada no texto do crítico brasileiro Fábio Lucas,[6] intitulado “Presença de Cortázar”. Ao mesmo tempo em que registra impressões sobre o escritor argentino, faz referências a sua posição política e ao seu modo de narrar, remetendo aos contos e ao ensaio, intitulado “Alguns aspectos do conto”, naquela ocasião (1973) ainda não traduzido no Brasil.[7] No que se reporta à posição intelectual do autor de O jogo da Amarelinha, registre-se o texto “Cortázar e Vargas Llosa”, de Luiz Gonzaga Vieira.
Levando-se em consideração, a presença de Cortázar no Suplemento, assinalem-se, entre 1976 e 1978, algumas análises estruturais realizadas com base nos contos “A saúde dos doentes” (Todos os fogos o fogo); “A porta incomunicável” (Final de Fogo) e “Casa tomada” (Bestiário), escritas respectivamente por Ruth Silviano Brandão Lopes (1976); Lélia Maria Parreira Duarte (1977) e Maria do Carmo Quintão (1978)
Essa perspectiva analítica traduz uma das tendências presentes na universidade brasileira. O suplemento, ao acolher vozes diversas, colocava em discussão, de maneira indireta a opção pelo estruturalismo na análise de autores como Cortázar. O jornalista e poeta Márcio Almeida, ao entrevistar Ruben Elias, um pesquisador peruano que estaba no Brasil, levado a resumir a literatura hispano-americana hoje (1977), referindo-se a Cortázar dizia:
O debate sobre o escritor argentino define e caracteriza este ciclo da literatura hispano-americana. O trabalho de seus críticos exige reformulação inclusive de seus próprios instrumentos compreensivos. Diante de missão de tal envergadura fica uma situação difícil para os adeptos da arte pura e da arte operacional: então, uma nova estética? Acertadamente se sustenta a necessidade de uma nova linguagem, mas nem os ensaios estruturalistas estão em condições de analisar a contento uma literatura organicamente hostil ao cientificismo sofisticado. Quando se diz então que Cortázar é o técnico “de um novo código de linguagem”, se deve entender que se está tratando de indagar a realidade com suas novas formas lingüísticas, que vêm a ser a expressão literária da necessidade de indagar criando novos conceitos, novas categorias, novas realidades e verdades (Elias em Almeida, 1977: 10).
É importante salientar que as análises estruturais dos contos, divulgadas no suplemento, apoiavam- se em uma bibliografia que já transcendia o caráter estrutural, o mero cientificismo apontado por Ruben Elias, embora o termo estrutural fosse a base para o viés analítico.
Considerando a perspectiva comparatista, assinale-se “A modernidade em Paulicéia desvairada e Fervor de Buenos Aires”, tema estudado em dois artigos, publicados de forma consecutiva no periódico mineiro por Gilda Salem Szklo. Na bibliografia, a autora mencionou o livro de Emir Rodrígez Monegal (Mário de Andrade/ Borges) e aquele de Haroldo de Campos, relacionado à tradição de ruptura na América Latina (Ruptura dos gêneros da literatura latino-americana) que reiteram o viés crítico adotado pelo estudo.
Em dezembro de 1985, o escritor Moacyr Scliar publicou, no periódico mineiro, o texto “Literatura e exílio” que me serve de conexão para que eu focalize, na ordem de considerações apresentadas, a revista Nossa América/Nuestra América como uma publicação de pós-exílio. Esta perspectiva está relacionada à trajetória intelectual de Darcy Ribeiro que esteve exilado em vários países da América Latina (Uruguai, Chile, Venezuela e Peru) depois do golpe de 64, voltando ao Brasil em 1976, doente, com um primeiro câncer do qual consegue sobreviver. Nesse sentido, não há como tratar da revista, sem considerar o papel protagônico do intelectual Darcy Ribeiro e do arquiteto Oscar Niemeyer, responsável pelo projeto de construção do Memorial da América Latina, em São Paulo. Tendo sido convidado pelo governador Orestes Quércia, de São Paulo, Darcy Ribeiro é nomeado assessor de Cultura, no momento da criação do “Memorial da América Latina”. A partir dessa função, solicita o projeto da revista Nuestra América/Nossa América, o que foi realizado. A respeito das orientações gerais sobre a revista, Darcy Ribeiro observou:
O horizonte prioritário de “Nuestra América” deverá ser a vida e a cultura latino-americanas – Cinema, teatro, literatura, Artes plásticas, História, Sociologia, Economia, Antropologia, Política, Psicologia Social. A peça de resistência da revista estará nos ensaios, artigos, entrevistas e reportagens, mas será indispensável que se dedique uma ou mais seções a informações atuais sobre a produção cultural do continente. Embora a periodicidade bimestral não recomende a pretensão de competir com jornais e revistas, dirigidos ao grande público, a revista deverá ter a preocupação (relegada a segundo plano pela grande imprensa) de dar permanentemente uma visão panorâmica do que estiver sendo realizado por intelectuais e acadêmicos da América Latina (Carta de Darcy Ribeiro a Rui Guilherme, Rio de Janeiro, 17 de maio, 1988)[8].
O editorial do primeiro número da revista[9] remete aos ideais de Bolívar:
Esta revista y la creación del Memorial de América son intento de rescatar los ideales de Bolívar. Aún se puede. Siempre es momento para construir algo sólido y duradero, que camine en dirección a la libertad y autonomía de los pueblos. No vamos a repartir nuestras miserias, sino a unir nuestras esperanzas y a trabajar para que el desarrollo y la dependencia sean archivados definitivamente en la historia (Nuestra América, 1989: 12).
Nessa mesma publicação, em entrevista concedida a Alceu Nader, Darcy Ribeiro, ao considerar a América Latina como um bloco de peso, mostrava que não existia a integração. Perguntado sobre a inexistência da integração, respondeu:
Bien, la única integración que existe en América Latina es la de las grandes corporaciones, que no son nuestras. Lo que tenemos, em la dura realidad, es uma América Hispana balcanizada, fragmentada em mil pedazos, un Brasil aislado, como si fuera um bloque sólo. Esa es nuestra tragédia a lo largo de la historia. Todas las tentativas de aproximación hechas hasta el dia de hoy abortaron. O porque fueron bien hechas y los llamados “intereses superiores” terminaron com ellas, o porque fueron mal hechas (Ribeiro em Nader, 1989: 42).
Alguns aspectos de que tratarei sobre a revista estão interligadas a dois trabalhos: “Arquivos em diálogo: Nuestra América/Nossa América (Recortes)” e “A entrevista como arquivo da memória: Nuestra América/Nossa América. Apesar disso, como, em relação às publicações aqui comentadas, não tinha dado destaque ao diálogo entre o Brasil e a Argentina, no que se refere à literatura, à crítica, à cultura, embora de forma inevitável tenha focalizado alguns aspectos relativos aos já assinalados.
Tendo em vista que Nuestra América/Nossa América é uma revista voltada para a cultura latino-americana, há que ressaltar o que Jorge Enrique Adoum, poeta, dramaturgo e ensaísta equatoriano abordou sobre a cultura em “Razones para un atraso secular”, no primeiro número de Nuestra América/Nossa América, publicação bilíngue. Em oposição a uma cultura universal, propunha a promoção de “una ‘cultura política’ democrática mediante, entre otras cosas, la abolición de todo tipo de censura y la eliminación del analfabetismo por medio de campañas de alfabetización que, para ser consecuentes, deberían tener em cuenta la especificidad linguística de los diversos grupos humanos- nacionalidades se llaman algunos de ellos a si mismos – de gran parte de nuestros países.” (Adoun, 1989: 60).
Na parte dedicada à Literatura, no primeiro número da revista, é reproduzida por Nuestra América (1989) uma entrevista de Cortázar, publicada em 1978, em La Gaceta de Cuba. Nessa entrevista, o escritor Julio Cortázar, ao se referir a O jogo da amarelinha, critica seu romance por não ter sentido histórico.
Como as relações com a história individual e coletiva, ligadas ao exílio e à ditadura, foram de fundamental importância para a criação da revista Nuestra América/Nossa América, sob a perspectiva de Darcy Ribeiro, assessor de cultura do Memorial, conforme explicitei, dou destaque às relações entre literatura e política.
O poeta Juan Guelman, ao ser entrevistado por Eric Nepomuceno, deixa clara a relação entre a produção de Hacia el sur e a ditadura. Ao responder ao entrevistador sobre a musicalidade no livro, diz que “Esse livro tem muito a ver com os companheiros mortos na Argentina. E é provável que o resgate desses ritmos, ou dessa musicalidade, tenha sua origem aí” (Guelman em Nepomuceno, 1990: 109). A identidade múltipla, adquirida em decorrência do trânsito por diversos lugares, em consequência da ditadura dos anos 70, pode ser verificada em uma página publicada na revista “Nuestra América”, da autoria de Osvaldo Soriano, jornalista e escritor argentino, nascido em 1943. O texto intitulado “Um olhar do pampa”, ironicamente, não se circunscreveu ao pampa, mas se referiu sobretudo ao deslocamento geográfico, em decorrência de viagem compulsória. Ao relembrá-la, o ficcionista se recorda de fatos que marcaram de forma traumática sua experiência de exilado, bem como relata solidariedade para com ele. Veja-se o parágrafo que finaliza o texto:
Agora tenho um passaporte da Comunidade europeia porque minha mulher é francesa de Metz. Em 1979 não nos permitiram casar em Paris porque eu era um estrangeiro sem documentos. Fomos procurar uma juíza da Bélgica, que não pedia informações à ditadura argentina, e tive de esperar que François Mitterrand ganhasse as eleições de 1981 para que me dessem documentos de residente. Agra meu filho é argentino para os argentinos e também cidadão de doze países da Europa, graças à sua mãe nascida na Lorena. É demais para um homem só. Eu me conformaria com um pequeno lugar na Espanha, onde aquele velho catalão estava disposto a aceitar meu avô nas barricadas de Pueblo Nuevo e meu bisavô, qu ainda espreita na sombra os desprevenidos viajantes de Valência (Soriano: 1993: 77).
Sob a forma de homenagem, é publicado o artigo “Periodista & escritor”, dedicado a Tomás Eloy Martínez que faleceu em 31 de janeiro de 2010. Neste texto, Joca Reiners Terron (escritor, artista gráfico e editor) retoma uma observação do escritor chileno Roberto Bolaño que se reportava às carreiras literárias bem sucedidas de latino-americanos exilados, cujas narrativas são “volcadas al consumo y al entretenimiento ‘ilustrado’ (Reiners apud Bolaño, 2010: 51). Discordando da posição do escritor chileno, neste texto- homenagem, é ressaltado o exílio de Tomás Eloy na Venezuela, logo depois do golpe militar de 1976 na Argentina e, em seguida, nos Estados Unidos. Segundo Joca Reiners:
Martínez formuló sus novelas a través de um periodismo (que seguramente sufrió la influencia del suspenso extraído de libros policiales de la escuela noir de Dashiell Hammett y Raymond Chandler, al servicio de la investigación de eventos históricos de gran escala y de fundamental importancia para la comprensión de la historia argentina (Reiners, 2010: 51).
Em “Depois do realismo mágico”, o termo “realismo mágico”, ao ser recuperado na revista, tem uma função importante: o questionamento de seu uso utilizado para designar “romances importantes emblemáticos como O jogo da amarelinha (Julio Cortázar); Conversa na Catedral (Mario Vargas Llosa) e Junta-cadáveres (Juan Carlos Onetti) que nada têm de rigorosamente mágico ou fantástico” (Damazio, 2007: 59-60) e de apresentar “uma nova geração de escritores” sob a perspectiva do realismo cosmopolita. O autor da matéria aponta outros caminhos da narrativa contemporânea
A experiência que interessa narrar não é apenas do local e suas raízes étnicas, históricas ou pré-históricas, mas vivências singulares que podem ocorrer na fria Paris, na Londres imaginária, em qualquer lugar A ficção relata uma realidade sem centro, desfocada e desfigurada. Narrativa errante, nômade, cuja identidade insinua-se nas instâncias da subjetividade nos limites do corpo e de sua sexualidade trânsfuga (Damazio, 2007: 61).
Segundo o mesmo autor, “a violência dos regimes militares; o universo das ruas com suas gangues e guetos; os conflitos de fusão e imposição cultural e as ruínas do projeto de modernização; e desenvolvimento; a pobreza e os desequilíbrios sociais emergem com vigor e agressividade.” (Damazio, 2007: 61). Neste contexto, menciona a obra Noturno do Chile, do autor chileno Roberto Bolaño; Um doce aroma da morte, do mexicano Guillermo Arriaga; A síndrome de Ulisses, do colombiano Santiago Gamboa e Duas vezes junho de Martín Kohan, referente ao “período militar de 1978 e 1982, com o enquadramento das Copas do Mundo de futebol” (Damazio, 2007: 63). A respeito do livro do autor argentino, Roberto Damazio explicava que:
O protagonista é um jovem convocado para servir o exército e que acompanha por dentro, sem questionar, o universo da repressão, dos métodos atrozes de tortura, do convívio social entre algozes e da torcida pela seleção argentina. Escrita também em fragmentos, quase de modo minimalista, a narrativa recompõe um pedaço terrível de nossa história recente, como no texto de Bolaño. Há a apresentação por vezes documental, jornalística, do sofrimento de uma mulher grávida torturada cruelmente na prisão, cujo filho é adotado por parentes de militares, logo após sua morte. História muito comum naquele período nefasto, como a que vitimou filho e nora, também grávida, do poeta Juan Gelman. Narrativa direta, objetiva e dolorosa que toca com sensibilidade na ferida do autoritarismo (Damazio, 2010: 63).
A extensa referência ao texto de Damazio demonstra que, na revista Nuestra América, se encontram ensaios que tratam de obras de autores contemporâneos mais recentes, atualizando o leitor a respeito do que se produzia na literatura latino-americana.
Ao longo de sua existência, a revista Nuestra América/Nossa América divulgou textos básicos para a compreensão do pensamento latino-americano como José Martí, Simón Bolívar e também abrigou outras vozes críticas, representativas da integração como aquelas de Roberto Fernández Retamar e de Leopoldo Zea. O tema da integração, que abarca a discussão sobre o Mercosul, foi bastante debatido na revista por múltiplas vozes incluindo as institucionais.
Em 1994, no texto “Pacto Cultural no Mercosul”, o jornalista Reynaldo Damazio, a que já me referi, comentou o encontro promovido pelo Memorial da América Latina e o Instituto de Estudos Avançados (USP), para discutirem a questão da integração. Neste encontro, estava presente o crítico, poeta e romancista Hugo Achugar. Reportando-se à posição do crítico uruguaio sobre a integração, salientou que o professor, ao tratar das dificuldades de integração cultural, assinalou que começam pelas “próprias concepções de cultura”. Apesar disso, o crítico uruguaio destacou os convênios existentes entre universidades de vários países latino-americanos e a realização de alguns projetos de colaboração científica, na maioria das vezes, em caráter binacional. Isso vai ocorrer com o convênio entre universidades brasileiras e universidades argentinas, em torno do projeto da revista Margens/Márgenes, de que tratarei de forma sucinta.
Margens/Márgenes foi uma publicação bilíngue. O primeiro número da revista data de 1° de julho de 2002 e os últimos (nove e dez), editados em um único volume, abarcaram o período entre janeiro e julho de 2007. Sob a perspectiva da crítica cultural, a revista tratou da literatura, da política, da música. Divulgou textos sobre paisagens da Argentina e do Brasil e entrevistas com diferentes personalidades ligadas às diferentes áreas da cultura. Teve como editor o crítico e o romancista Silviano Santiago.
Na apresentação do primeiro número da revista, fica contextualizado o respectivo aparecimento em 2002, marcado por ações de um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desde 1996. Para não repetir a apresentação, fixo-me em alguns aspectos que nortearam seu surgimento como a questão da modernização, levando em conta a década de 40 em Minas Gerais, o que desencadeou o estudo comparativo de “diversas manifestações de culturas locais, regionais e nacionais, responsáveis pela constituição tardia do imaginário moderno no Brasil (2002: 3).
Além disso, as “particularidades regionais, diluídas e reforçadas pelas semelhanças e diferenças de caráter global permitiram repensar o conceito de margem como espaço inscrito nas dobras do tecido cultural, na superfície das contradições sociais e ao lado das lutas políticas”. (2002: 3). O conceito de margem trouxe o redimensionamento do tardio, estendendo-se às questões da modernização na América Latina. Sob essa perspectiva, os pesquisadores de universidades brasileiras (Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal da Bahia e argentinas (Universidad Nacional del Mar del Plata e a Universidad de Buenos Aires) uniram-se para o desenvolvimento de pesquisas e atividades comuns como a revista.
A cidade foi focalizada em Nuestra América/Nossa América, como se pode observar nos artigos “Reflexões sobre a revitalização dos centros urbanos da América Latina” e “Cidades imaginárias: escritores e seus devaneios”. Em Margens/Márgenes, no artigo “Mar del Plata: memoria y olvido”, Mónica Bueno, mostrou não a visão turística e balneária de Mar del Plata, mas aquela oculta, secreta, marcada pelo horror da ditadura. A autora do texto, desde o início, demonstra que, como Georges Perec, seu “propósito es el del cronista; intentamos describir ese resto, que cuenta um relato pasado, que dibuja las formas del olvido y de la memoria“ (Bueno, 2002: 35).
O texto “Temporalidades del presente” da ensaísta Josefina Ludmer oferece, na mesma publicação uma das possibilidades de leitura da história da literatura argentina. Em seu ensaio, toma como referência o ano de 2000. Apresenta uma síntese “em ficção” das temporalidades da história, da memória, do fascismo, da utopia e do futuro com “ el intento de encontrar en ellas algunas de las formaciones culturales del presente del 2000 en Buenos Aires” (Ludmer, 2002: 17). De forma bem articulada e original, apresenta as seguintes temporalidades que lhe permitem mostrar uma literatura e um tempo histórico em movimento. As temporalidades são as seguintes: A temporalidade histórica no centro do Mercado Literário; A temporalidade da memória; A temporalidade do fascismo em duas ficções como El mandato, de José Pablo Feinmann e Lesca, el fascista irreductible, de Jorge Asís; “el pasado perdido de la clase obrera; la fábrica y el subúrbio y su literatura”; “la utopia de 2000 (representada por Héctor Libertella)e temporalidade formal e transnacional (futuro da ciência-ficção), exemplificada com El juego de los mundos, de César Aira. Não me cabe aqui reproduzir os comentários sobre os diversos textos relacionados às diferentes temporalidades.
É importante dizer que a Editora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) traduziu Aqui América Latina: uma especulação, da autoria de Josefina Ludmer, o que contribuiu, entre nós, para a divulgação das ideias da autora, além do artigo publicado em Margens/Márgenes. A questão das temporalidades, em consonância com o artigo publicado na revista, pode ser lido no livro na parte intitulada “As ficções noturnas”.
Considerando a divulgação no Brasil da produção crítica argentina, assinale-se, ainda, a publicação do artigo “Primitivismos musicales: Tango, samba y nación” (2006), de Florencia Garramuño, divulgado em Margens/Márgenes e a edição do livro traduzido, com o título Modernidades primitivas: tango, samba e nação (2009). A ideia de margens, tal como na revista, está associada ao “trânsito de ideias” e ao afastamento da noção de “essencialismo das políticas de identidade”, como se pode ler no fragmento retirado do livro em destaque. Florencia Garramuño afirma:
A comparação entre os dois países procura não somente evitar a excepcionalidade nacional, mas permite perceber certos objetos, cuja retenção dentro de uma tradição poderia obstruir a compreensão: o papel do internacionalismo na construção de um símbolo nacional, a construção em trânsito de ideias e propostas estéticas, as funções do olhar do outro na construção da identidade nacional Essa perspectiva procura também se prevenir contra o essencialismo das políticas da identidade, que marcavam determinados estudos latino-americanos das tradições nacionais e, especialmente, o estudo da música popular (Garramuño, 2009: 23).
A revista Margens/Márgenes, em seus números, trouxe publicadas resenhas de livros de escritores e críticos brasileiros e argentinos. Nessas páginas, o leitor também podia acompanhar o que se editava de forma recente no Brasil e na Argentina. Para exemplificar o olhar de ensaísta argentina sobre produção crítica, a respeito de autor argentino, produzida como tese de Doutorado na UFMG e divulgada em livro na Argentina, ressalto a resenha escrita pela professora Adriana Rodríguez Pérsico sobre o livro Ricardo Piglia y sus precursores, 2001, de Maria Antonieta Pereira. Quero destacar não o conteúdo do livro em si, mas o olhar sobre a publicação, como se lê no trecho:
La mirada del outro lado de la frontera logra efectos saludables porque hurga en lo que pasa desapercebido para un habitante de este lado, pone en marcha procesos que desautomatizan la interpretación, apela a um extrañamiento hermenêutico que no deja pista por seguir o huella por cotejar (Pérsico, 2002: 77).
No decorrer dessa exposição, atentei para os termos “realismo mágico”, universalidade e humanismo que apareciam em alguns textos críticos sobre a literatura argentina, especialmente em relação aos autores argentinos, como Jorge Luis Borges e Julio Cortázar, no Suplemento Literário do Minas Gerais. Retomo estas concepções com base no texto da ensaísta Eneida Maria de Souza, professora emérita da UFMG. Em, “Nas margens, a metrópole”, ao comentar o livro The Decline & Fall of The Letttered City (Harvard, University Press, 2002), de Jean Franco, traduzido em espanhol como Decadencia y caída de la ciudad letrada: la literatura latinoamericana durante la guerra fría, destacou a importância do livro que retomava “a narrativa cultural e política da América Latina dos últimos quarenta anos”, [indo] “além da pesquisa de Rama” [A cidade das letras, 1984]. No âmbito de suas considerações, Eneida ressaltou como Jean Franco questionou o uso do universal, do realismo mágico e do real maravilhoso. Isso foi realizado “através de um método de trabalho que não descuida da análise textual, permitindo ao leitor o convívio com as histórias fabulosas do imaginário latino-americano” (Souza, 2002: 31). Na esteira de Jean Franco, a ensaísta brasileira comenta que a noção de universal “foi um raciocínio comum que dominou o discurso crítico da década de sessenta, centrado no valor autônomo da literatura” (Souza, 2002: 31), o que a faz mencionar o livro Teoria da Literatura de René Wellek e Austin Warren. Ainda sob a perspectiva de Jean Franco, comenta: “O termo “realismo mágico serviu para caracterizar o estilo paradigmático do Terceiro Mundo, uma estereotipada incorporação realizada pelos discursos hegemônicos” (Souza, 2002: 31).
Ao revisitar os termos assinalados, coloco em evidência o fato de os periódicos (revistas e jornais), ao se debruçarem de forma crítica, em relação aos conceitos teóricos utilizados no passado e no presente, passam a contar uma história da crítica que não é de forma totalizadora.
O texto de Eneida Maria de Souza, ao mesmo tempo em que salienta a importância do livro de Jean Franco, aponta para ausências de citação de escritores do corpus crítico e literário brasileiro:
A literatura brasileira comparece com alguns nomes emblemáticos do cânone como Clarice Lispector e Jorge Amado, através da análise cuidadosa de seus textos e ao lado da posição do intelectual baiano como ativista do partido Comunista. Darcy Ribeiro, Mário de Andrade, Guimarães Rosa e o autor de Cidade de Deus, Paulo Lins, entram de modo tímido, para efeito de citação (Souza, 2002: 33).
Também menciona a não inclusão do escritor e crítico Silviano Santiago. Creio que essas observações sobre o Brasil são muito importantes na revista Margens, uma vez que a publicação buscou um diálogo com a América Latina e, sobretudo, com a Argentina.
Para finalizar a parte relativa à revista Margens/Márgenes, destaco ainda “Paisagens de areia” (2007) que considero de extrema importância porque define o campo conceitual com o qual a professora Eneida Maria de Souza está trabalhando, ao criar pontes para reflexões que buscam “mapear os lugares de uma enunciação teórica que se caracteriza de forma transdisciplinar por excelência” (Souza, 2007: 10). Parece-me que é este campo transdisciplinar que lhe permite tratar o conceito de margens e revelar pontos de convergência entre os trabalhos comparatistas, a respeito da literatura e da cultura na revista Margens/Márgenes, incluindo as perspectivas críticas sobre as literaturas brasileira e argentina.
O Suplemento Literário se tornou uma importante fonte de consulta, o que possibilitou mapear alguns aspectos da crítica divulgada no periódico mineiro sobre autores argentinos. Ao longo dos anos, o suplemento contou com a participação de importantes intelectuais e, de forma constante, abrigou ensaios produzidos no âmbito das universidades brasileiras. Manteve o público atualizado por meio de resenhas a respeito de publicações de escritores argentinos e da América Latina. Não se destinou unicamente ao público universitário. A revista Nuestra América/Nossa América, voltada para a integração latino-americana, desde sua idealização, abarcou o cinema, o teatro, a literatura, Artes Plásticas, História, Sociologia, Economia, Antropologia e Política. A Literatura, vista sob uma perspectiva histórica, depois das ditaduras na América Latina, fez com que eu privilegiasse as relações entre Política e Literatura no que se refere à literatura produzida por autores argentinos. Margens/Márgenes estabeleceu um diálogo teórico-crítico com intelectuais de várias áreas do conhecimento a partir da colaboração acadêmica entre universidades brasileiras e argentinas, tendo como desdobramento, além da publicação da revista, a divulgação de textos teóricos e críticos de autores argentinos traduzidos pela Editora da UFMG. Apesar de as publicações apresentarem uma perspectiva sobre a literatura e a cultura sob um viés crítico, o compromisso com a integração em Nuestra América/Nossa América foi diferente daquele apresentado em Margens/Márgenes, tendo em vista que, no primeiro caso, o surgimento da revista se deu com a criação do Memorial da América Latina, tendo Oscar Niemeyer como arquiteto e o intelectual Darcy Ribeiro como assessor de cultura.
As três publicações em destaque apontam para diferentes momentos históricos de interlocução do Brasil com a América Latina e, de forma específica, com a Argentina. Considerando a proposta abrangente do trabalho, tive que fazer recortes no corpus selecionado. O estudo das três publicações permitiu que eu desse destaque a um aspecto recorrente no Suplemento Literário (o enfoque do realismo mágico), o que foi revisitado nas outras publicações que apresentaram diferentes posições daquelas do periódico mineiro, possibilitando perspectivas em contraponto.
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Notas
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