Fazer e Desfazer Gênero
Vivências de Gays na Corporação Policial
DOI:
https://doi.org/10.48162/rev.48.083Palavras-chave:
corpos, sujeitos, gênero, homossexualidade, performatividadeResumo
Nas organizações, normas de gênero atuam sobre os corpos, forçando as/os sujeitas/os, para existir, a se submeter ao poder, aos “jogos da verdade”, às práticas de disciplina e à normalização. Nas organizações militares ser gay é visto como fora da normalidade — tanto dentro da Corporação, quanto pela sociedade —, uma vez que lá foi construído um ideal de virilidade. Desta forma, nosso objetivo neste estudo foi compreender o fazer e desfazer gênero entre homens gays em uma organização policial. Os resultados do estudo foram construídos a partir da entrevista semi-estruturada aplicada a 11 militares gays da Polícia Militar do Paraná (PMPR), Brasil, que foram analisadas por meio de uma “analítica artesanal” que cruza a teoria foucaultinana do discurso e as perspectivas da Análise Crítica do Discurso (ACD). Os principais resultados demonstram que policiais gays da PMPR passam, durante suas vivências na profissão, por um processo de (des)fazer gênero complexo e multicefacetado que envolve a interação entre a identidade sexual e de gênero dos policiais e as expectativas normativas da corporação (de que fazem parte e, portanto, reforçam) e da sociedade em geral.
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