Liberdade para quem?

Um estudo em casas brasileiras de swinging

Autores

  • Luiz Alex Silva Saraiva Universidad Federal de Minas Gerais https://orcid.org/0000-0001-5307-9750
  • Elisângela de Jesus Furtado da Silva Fundación Dom Cabral

DOI:

https://doi.org/10.48162/rev.48.071

Palavras-chave:

Swinging, Casas de swinging, Práticas sexuais, Sexualidade

Resumo

Neste artigo a proposta é discutir a propagada liberdade sexual na prática do swinging. Para isso, foi levada a cabo uma etnografia em duas casas de swinging da cidade de Belo Horizonte, Brasil. As principais contribuições do trabalho se dão em dois sentidos: primeiro, humanizar as práticas de pesquisa, no que a etnografia tem um papel central, à medida que permite que a imersão no contexto e o contato com as pessoas mostre aos pesquisadores que seu papel é menos o de julgar a vida alheia do que o que procurar compreendê-la dentro das diferenças humanas. E segundo, quanto à liberdade apregoada, ela não é tão plena quanto proposto, sendo diferente entre mulheres, que se submetem à situação, reproduzindo o que vivem em sociedade, e os homens, que dirigem e controlam todo o processo, tal como lhes permite o patriarcado sob o qual todos vivemos.

Biografia do Autor

Luiz Alex Silva Saraiva, Universidad Federal de Minas Gerais

Doctor en Administración por la Universidad Federal de Minas Gerais, Brasil. Profesor Asociado en la Facultad de Ciencias Económicas de la Universidad Federal de Minas Gerais, Brasil.

Elisângela de Jesus Furtado da Silva, Fundación Dom Cabral

Doctora en Administración por la Universidad Federal de Minas Gerais, Brasil. Profesora en la Fundación Dom Cabral, Brasil.

Referências

Baumeister, R. F. & Twenge, J. M. Cultural suppression of female sexuality. Review of General Psychology, 6(2), 166-203.

Bergstrand, C. & Williams, B. (2000). Today’s alternative marriage styles: the case of swingers. Electronic Journal of Human Sexuality, 3. Recuperado em 29, setembro, 2020 de: http://www.ejhs.org/volume3/swing/body.htm.

Carroll, J. L. (2010). Sexuality now: embracing diversity (3th ed). Belmont: Wadsworth.

Colomina, B. (Ed.) (1992). Sexuality & space. Princeton: Princeton Architectural Press.

Corrêa, S., Petchesky, R., & Parker, R. Sexuality, health and human rights. Abingdon Routledge.

Devides, M. B. C. (2020). Variáveis associadas ao ciúme: um estudo de revisão bibliográfica. In O. M. Rodrigues Jr., C. Zeglio, V. L. Vacari, & G. E. Levatti (Orgs.). Estudos em sexualidade: volume 2 (pp. 237-272). São Paulo: InPaSex.

Diniz, M. Z. A prática de swing entre casais heterossexuais: uma revisão de literatura. In O. M. Rodrigues Jr., C. Zeglio, V. L. Vacari, & G. E. Levatti (Orgs.). Estudos em sexualidade: volume 2 (pp. 317-336). São Paulo: InPaSex.

Escamila, R. (2015). History of swinging. Limité Magazine. Recuperado em 17, abril 2019 de: http://limitemagazine.com/2009/04/history-of-swinging/.

Fassin, D. & Memmi, D. (Dirs.) (2004). Le gouvernement des corps. Paris: Éditions de l’École des hautes études en sciences sociales.

Frank, K. (2008). ‘Not gay, but not homophobic’: male sexuality and homophobia in the ‘lifestyle’. Sexualities, 11(4), 435-454.

Gagnon, (2004). An interpretation of desire: essays in the study of sexuality. Chicago: University of Chicago Press.

Herzog. D. (2011). Sexuality in Europe: a twentieth-century history. New York: Cambridge University Press.

Knopp, L. (1995). Sexuality and urban space: a framework for analysis. In Bell, D. & Valentine, G. (Eds.). Mapping desire: geographies of sexuality (pp. 136-146). London: Routledge.

Lubianco, G. (2017). Preconceito e discriminação em casa de swing. Reclame Aqui. Recuperado em 20, novembro 2019 de: https://www.reclameaqui.com.br/swing-club-bh_193144/preconceito-e-discriminacao-em-casa-de-swing_KNmxJQYPrK6_X0RA/.

Luibhéid, E. (1998). Entry denied: controlling sexuality at the border. Minneapolis: University of Minnesota Press.

Okami, P. (2002). Dear diary: a useful but imperfect method. In M. W. Wiederman & B. E. Whitley, Jr. (Eds). Handbook for conducting research on human sexuality (pp. 195-208). Mahwah: Lawrence Erlbaum.

Oliveira, A. M. A. & Pocahy, F. A. (2015). Eu, tu, ele(s), ela(s): cartografando heteroconjugalidades na prática do swing. Fractal: Revista de Psicologia, 27(3), 228-237

Salem press (2011). Exploring human sexuality. Amenia: Salem Press.

Silvério, M. (2014a). Swing em Portugal: uma interpretação antropológica da troca de casais. Etnográfica, 18(3), 551-574.

Silvério, M. (2014b). Gênero, sexualidade e swing: a ressignificação de valores através da troca de casais. Sexualidad, Salud y Sociedad – Revista Latinoamericana, 18, 111-139.

Van Campenhoudt, L. (2008). Approche relationnelle du risque et de la transgression dans les relations sexuelles In: Y. Cartuyvels (Dir.). Les ambivalences du risque: regards croisés en sciences sociales (pp. 269-280). Bruxelles : Presses de l’Université Saint-Louis.

Viwatpanich, K. (2010). Swinging: extramarital sexuality in Thai society. Anthropological Notebooks, 16(2), 57-70.

Von Der Weid, O. (2012). A prática do swing e a dimensão do prazer. Temáticas, Campinas, 20(40), 1-32.

Von Der Weid, O. (2010). Swing, o adultério consentido. Estudos Feministas, 18(3), 789-810.

Von Der Weid, O. (2009). Masculino e feminino na prática do swing. Sexualidad, Salud y Sociedad – Revista Latinoamericana, 3, 106-129.

Wagner, B. (2009). Becoming a sexual being: overcoming constraints on female sexuality. Sexualities, 12(3), 289-311.

Weeks, J. (1985). Sexuality and its discontents meanings, myths & modern sexualities. New York: Rotledge.

Westheimer, R. K. (2004). Human sexuality: a psychosocial perspective (2th ed). Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins.

Woods, G. (1995). Fantasy islands: popular topographies of marooned masculinity. In Bell, D. & Valentine, G. (Eds.). Mapping desire: geographies of sexuality (pp. 115-135). London: Routledge.

Publicado

15-12-2023

Como Citar

Saraiva, L. A. S., & Furtado da Silva, E. de J. (2023). Liberdade para quem? Um estudo em casas brasileiras de swinging. Estudios Sociales Contemporáneos, (30), 193–217. https://doi.org/10.48162/rev.48.071