O ensino de escrita na universidade
Trajetórias defensáveis e trajetórias preferíveis de proficiência
DOI:
https://doi.org/10.48162.rev.5.113Palabras clave:
Ensino de escrita, Letramentos acadêmicos, Indexicalidade da noção de proficiência, Diálogo em torno do texto, EndereçamentoResumen
O propósito deste artigo é discutir o ensino de escrita e a proficiência escrita na universidade. Abordamos essa discussão analisando duas trajetórias de produção escrita e mostrando a construção conjunta de uma escala de preferência pelos participantes. A abordagem teórica se alinha com os estudos de letramento, especialmente dos letramentos acadêmicos (Lea & Street, 2006) e de história do texto (Lillis, 2008). Com base em uma concepção etnográfica de escrita, os dados foram gerados em trabalho de campo, por meio de observação participante em uma disciplina de produção escrita em uma universidade pública brasileira. Os dados consistiram em escritas e reescritas de artigos de opinião, bilhetes avaliativos, intervenções durante os encontros síncronos e participações nas tarefas assíncronas (discussão em fóruns) em Ambiente Virtual de Aprendizagem. A análise focalizou diferentes versões dos textos, buscando estabelecer relações entre os ajustes textuais efetuados e os comentários de leitores, as discussões sobre parâmetros de avaliação e as noções de endereçamento e propósito comunicativo negociadas pelos participantes para a produção discursiva em foco. Os resultados mostram que: em resposta aos textos produzidos e considerando o propósito comunicativo e o endereçamento da tarefa, os participantes construíram uma pauta indexical em que negociaram proficiências escritas defensáveis e preferíveis para aquela comunidade de prática específica. Concluímos que um ensino de escrita com oportunidades de diálogo em torno do texto pode romper com práticas institucionais do mistério (Lillis, 2001), criando espaços propícios para a aprendizagem da escrita.
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