A sistematização de experiências e pesquisas sociais nas universidades nacionais argentinas a partir do neoliberalismo

Resumo

Este trabalho aborda algumas questões que surgiram no âmbito da realização de uma tese de doutorado, cujo objetivo central é a construção coletiva do conhecimento no âmbito de uma formação em Educação Popular. A sistematização de experiências é o recurso adequado para esse fim, uma vez que, como método de pesquisa social educacional, é capaz de construir conhecimentos acadêmicos ao mesmo tempo que permite teorizar aspectos e problemas da realidade na perspectiva dos sujeitos.

Nas universidades públicas argentinas, dentro das metodologias de pesquisa, a sistematização de experiências esteve presente como método até a década de 1980, mas posteriormente passou a ser considerada um aspecto instrumental da análise de informação; obscurecendo seu verdadeiro potencial político, que é a construção coletiva do conhecimento. No entanto, seu desenvolvimento continuou fora da academia em organizações e entidades de educação popular. Para explicar esse processo, é realizado um percurso que mostra a solidez de sua abordagem como forma de conhecimento.

Levando em consideração que, a partir dos anos 90, o avanço do projeto neoliberal introduziu mudanças substanciais nas agendas de Ciência e Tecnologia das
universidades nacionais argentinas, analisam-se possíveis relações entre a escassa referência à sistematização de experiências e a atual estrutura administrativa-científica de nossas universidades, que atua como disciplinador dos processos investigativos. Finalmente, existem algumas discussões pendentes e desafios a serem assumidos na pesquisa em ciências sociais.