Parcelas de grupo e subjetivação em um dispositivo de formação clínica para professores de residência docente

Resumo

A prática docente é uma questão central na formação inicial e contínua. Na Argentina, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores (Res. CFE Nº 24/07) estabelecem a integração entre os campos de formação geral e específica e a prática profissional. Os estágios, que se iniciam com a observação institucional e em sala de aula até a residência dos futuros professores em um grupo escolar, envolvem mecanismos de coordenação interinstitucional e a supervisão e intervenção coordenada dos professores de didática específica do instituto, dos professores orientadores escolares e dos professores de estágio e residência, em um contexto de crescente desigualdade social.
Considerando a complexidade e a singularidade do campo, este artigo apresenta os resultados de um projeto de investigação dedicado ao estudo do dispositivo de formação de grupos clínicos que implementamos para professores de práticas profissionais. Os objetivos visaram analisar o potencial do dispositivo para promover processos reflexivos transformadores dos modos de intervenção profissional e a identificação de sentidos, problemas e necessidades emergentes de formação. Este dispositivo clínico de formação em grupo foi desenvolvido em sete encontros e, na dimensão de investigação do projeto, cada professor foi acompanhado individualmente, conforme o acordo no primeiro encontro, através de entrevista inicial e final e de contatos intermediários informais.
Analisamos aqui os registos de observação dos encontros e as entrevistas com os professores participantes na perspectiva da sociologia clínica, da pedagogia da formação, da psicologia institucional e da psicanálise. A primeira conjectura aborda a história de formação e as histórias de vida profissional no espaço do grupo e no espaço da comunicação na entrevista, como encontro e recriação de tramas psicossociais para sustentar o desempenho com efeitos de subjetivação. A segunda conjectura retoma as observações dos participantes sobre as condições que permitiram a fala e a escuta reflexivas nesses espaços e questiona-se sobre seu valor como mediações de novos marcos formativos.